segunda-feira, 25 de maio de 2009

Vinheta de abertura


Prazer e Dor ao escrever
Adorava escrever. Tinha mania, ou achava que era.
À noite, quando todos dormiam, pegava os teclados e rabiscava algo. Achava engraçado essa coisa de embaralhar em sua cabeça teclado de computador com caneta e lápis. Ele, que vivenciara a mudança da era da Remiwgton antiga para a era digital. Tudo muito estranho.
Mas estranho era não escrever. Escrever era falar o que não tinha altura na voz. Era gritar no papel. Então escrevia.
Compulsivamente escrevia. Nas noites de insônia escrevia. Escrevia como se escrever fosse seu último ofício no mundo. E era.
Escrevia pra viver. Achava que tinha um pouco de sacrifício na vida. Mas que valia. Tudo vale a penas se a alma não é pequena. Ficava reticente de usar frases conhecidadas, mesmo que fossem do Fernando Pessoa, mas se os grandes usavam, porque ele, daquele tamanho, não usaria. E usou.
Tornara-se um místico. Lia os seres que descobriram seu próprio caminho. E escrever passou a ser ritual. Coisa sagrada. Encontrava caminho nas linhas.