segunda-feira, 29 de junho de 2009

O pai do Ronaldo

Sábado, manhã gelada em São Paulo e a preguiça ali, me pedindo pra ficar com ela. Fiquei um pouco, confesso. Pouco depois da 1 da tarde saí pra almoçar... Andei um pouco pela avenida Paulista observando os arranhásseis de cimento. Engraçado, como aos sábados, São Paulo lembra-me o interior e os prédios perdem sua força. Olhando pro alto, até o céu fica de interior... mas, ao menos por agora, deixemos essas bobas nostalgias de início de inverno.

Resolvi parar no Prainha, um restarante/choperia simpático, numa das travessas da Paulista. Sentei-me ao lado de outro solitário. O senhor, de pele escura de sol, ar acolhedor e sorriso no canto dos olhos, cumprimentou-me. Pareceu-me familiar. Aquele óculos suspenso na testa ... parecia...seu Nélio, o pai de Ronaldo. Sim, ele mesmo, o fenômeno.

- O senhor é o pai do Ronaldo? atrevi

- Sou, sou...- monassilabou com o canto da boca.

Numa das mãos um cigarro – Holywwod – é bom registrar. E na outra um copo de whisky. No início – e somente no início, fiquei em dúvida se deveria me aproximar mais, falar do Ronaldo, Corinthians....ou qualquer outra petulância descabida naquele momento. Fiquei quieto.Passou um rapaz na calçada e disse: “Sr. Nélio – sou fã do filho do senhor, hein...” nada que esse homem, de jeitão comum, não deva ter ouvido 1 zilhão de vezes...

Depois veio o garçom-chefe e estacionou ali. - “O Ronaldo vai pra Copa, o senhor vai ver”; - “Queria o Ronaldo no Guarani, sou de Campinas”, - “O Ronaldo jogou muito contra o Inter, fez um golaço..” enfim, bajulou toda a série de ronaldices que você, leitor, pode imaginar.

Pra minha surpresa, o seu Nélio entrou na conversa. Respondia ao garçom com tranqüilidade. Monossilabava, é verdade. Mas o olhar era de quem estava na conversa. E convidava-me à
tertúlia.

Mais um copo de whisky “O Dunga vivia grudado no Ricardo Teixeira, na Copa da França, em 2006. Ninguém me falou. Eu vi..eu estava lá....”. “O Mano é gente boa, parece bravo só na televisão.” “Onde já se viu o São Paulo mandar o Muricy embora”... Era seu Nélio – torcedor comum - opinando...“você é jornalista, deve saber melhor que eu”. Tudo o que sei é que nada sei. Sócrates, o filósofo acertara em cheio na Antiga Grécia. A essa altura, eu via chop e ele, com o inseparável whisky e cigarro holiwwod, já conversávamos na mesma freqüência.

Comecei a entender a simplicidade do Ronaldo. Não havia, nas palavras dele, nenhum tom de “pai do Ronaldo”. Perguntei a ele se estava no restaurante pelo nome: “Prainha”, pelo visual parecido com o do Rio de Janeiro. Ele falou que gostava sim do visual, mas havia parado ali por acaso, o mesmo acaso que me fez encontrá-lo. “Caminhei duas horas...do hotel até aqui, caminho todos os dias, faz bem, né? Faz sim, seu Nélio, faz bem ver como a vida é simples.

Não, não tirei nenhuma fotografia. Achei que seria gratuito. A imagética do texto é mais nítida, nesse caso. Teve uma frase que eu disse no meio da conversa, seu Nélio riu, levou na boa, mas foi inevitável. Acho que dá pra fechar a crônica com ela:

“ Se não fosse a porra do senhor, hein seu Nélio!”


Dança dos técnicos

Minha opinião é simples: São Paulo errou ao mandar o “comprometido” Muricy Ramalho embora. Identidade não se cria da noite para o dia.
Palmeiras acertou (demoradamente) ao se despedir de Vanderlei Luxemburgo. Só acho que o “estrategista” acabou montando sua saída. Ele sabia que Keirrison iria embora e , praticamente, “se despediu”.

Estou indo agora fazer Palmeiras x Santos. Espero, honestamente, que a campanha que boa parte da imprensa faz contra o Vagner Mancini, não seja motivo para o presidente do Santos, o amigo de Vanderlei Luxemburgo, Marcelo Teixeira, fazer a troca de técnicos. Mas acho difícil. Se Mancini perder, cai.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Mineira idade

Um trocadilho, pra dizer que os cabelos brancos, os calos e talos da vida afora, às vezes enferrujam os músculos, mas afinam a alma.

Há 3 dias fui a Atibaia, concentração do Cruzeiro, cobrir o treino dos mineiros para a partida contra o São Paulo, na Libertadores. Postei, aqui embaixo, minhas impressões (ou seriam intuições?) sobre o time mineiro e sua obstinação - principalmente a do treinador, Adílson Baptista.

Disseram-me eles - os jogadores Marquinhos Paraná, Leonardo Silva e , principalmente o Vágner - que o cruzeiro iria jogar a bola no Kléber para cavar a expulsão de algum jogador tricolor. Eduardo Costa foi expulso ainda no primeiro tempo, depois do primeiro cartão amarelo em falta cometida justamente em Kléber - bem apelidado pela torcida do Palmeiras de "Gladiador".

Quero dizer que considero Muricy Ramalho o melhor técnico do Brasil, e que tenho simpatia pelo São Paulo dos tempos de Telê. Mas quero dizer também que há 2 dias postei aqui no blog uma previsão (ou seria intuição?) de que o jogo seria, ao contrário do que dizem os grandes entendidos do futebol - ou aqueles que acham entendem - que o jogo seria difícil.

Foi difícil, principalmente para o São Paulo, que amargou uma derrota por 2 a 0 e está fora de seu - sempre - maior sonho de consumo: a Copa Libertadores.

A propósito, sugiro aos leitores uma vista sobre este texto, do colega jornalista Pedro Varoni, em crônica sobre Renato Andrade, maior violeiro do Brasil. Tem a ver com Minas, mineiridade, tem a ver com tudo.

Abraços

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Experimentando Minas


Jogo Duro. Duríssimo amanhã à noite, entre Cruzeiro e São Paulo, ou dizendo melhor, São Paulo e Cruzeiro, quartas de final da Copa Libertadores da América.

Ontem fiz o treino do Cruzeiro, no belíssimo hotel Bourbon, em Atibaia, refúgio das grandes equipes de futebol.

Noves fora, deu pra perceber que Adílson Batista é concetradíssimo (existe este termo?). Fiquei sabendo, por lá, que o homem vive na internet. Vasculha tudo sobre o adversário, vasculha tudo sobre o que a imprensa noticia sobre adversários...enfim, um Sherlok Holmes do futebol.
Como a bola é redonda fiquei feliz em ter encontrado o diretor de comunicação do Cruzeiro, Guilherme Mendes. Em tempo, o Guilherme foi chefe de Esportes da Globo Minas e me deu a oportunidade de fazer reportagem de campo na final do campeonato Mineiro de 2002, vencido pelo mesmo Cruzeiro.

O título da coluna tem a ver com o gênero que escrevo neste momento, mais próximo da notícia e menos da crônica.

Vamos ver na quinta-feira, mas o jogo vai ser duro para o São Paulo.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Da pureza


O técnico do Vasco da Gama ,Dorival Junior, quieto e mineiramente, vem fazendo um trabalho primoroso. Está recuperando a auto-estima de um time que caiu para a segunda divisão e trocou de presidente. Sendo que o último presidente era ninguém menos que Eurico Mirando. E o atual é ninguém mais que Roberto Dinamite.

Segue abaixo, uma crônica que escrevi - e foi publicada no jornal O Imparcial, de Araraquara, quando Junior estava no São Caetano, e foi vice-campeão paulista.

"Vejo o Junior uma vez por ano. Seu Dorival, o pai, mora no Santana, pertinho da casa de meus saudosos avós maternos Dito e Niva. Quando é Natal ou outra data importante do ano, o pica-pau, apelido dele, pára pra prosear. Falamos de tudo: do seu trabalho como desenhista na Viana engenharia na Rua Expedicionários do Brasil, no São José, quando ainda cursava o técnico em agrimensura no Logatti. Ele pergunta por meu pai e tios, depois lembro do futebol dele na Ferroviária na década de 80. Palmeiras, Grêmio, Juventude e outros tantos. No fim do ano passado paramos naquela mesma esquina para conversar:

- Fui convidado para dirigir o Paysandu. O time está na série A do Brasileiro, mas vou agradecer e recusar. Formaram a equipe agora. Tudo na vida tem que ser feito aos poucos, por etapas – contou o Junior no seu tom sereno e tranqüilo. Resultado dessa conversa: o Junior foi dirigir o Sport Recife e terminou como campeão pernambucano e o Paysandu, sem Junior nenhum comandando, foi rebaixado para a segunda divisão.

Ultimamente, além da esquina da casa da vó, o Brasil está tendo a oportunidade de conhecer de perto o Dorival Junior . Todos os finais de semana, em rede nacional, nas principais emissoras de televisão do Brasil ou nos jornais da capital, todos se perguntam, assombrados, quem é esse rapaz que conseguiu aplicar, de uma só vez, um nó tático no Muricy Ramalho do São Paulo e outro no Santos, do inatingível Vanderley Luxemburgo.

O rapaz, técnico do time do São Caetano, é sobrinho do moço de Araraquara. O moço de Araraquara – expressão criada por Fiori Gigllioti - é o Dudu, médio-volante dos áureos tempos grenás e mágico da academia de futebol do Palmeiras dos anos 70.

Assim como o Dudu , o Junior é cria da Ferroviária. A classe que ele ostenta com as palavras – a mesma que, ao lado do tio, tratava a bola – certamente está relacionada com o fato de os dois terem surgido na Ferroviária.

Claro que a boa educação que Junior e Dudu receberam da família influenciaram suas trajetórias. Mas como disse o escritor Lourenço Diaféria em sua crônica Que Simpatia!, em 1968, `além da simpatia, a Ferroviária possui também a fortaleza dos times de bem, cultivando o futebol com carinho e seriedade. Para ela, o futebol não é um fim, é um meio. Um instrumento de afirmação, uma ferramenta de trabalho, pela qual zela e do qual cuida.`

Talvez seja também por isso que o treinador da Ferroviária, Édson Só, vem fazendo este trabalho primoroso na série A-3 do campeonato paulista. Deve também ser esta a exata explicação para o gol nos acréscimos do Leandro Donizete na vitória grená do último sábado.

O momento do Junior no São Caetano e da Ferroviária no Paulista da A-3 convergem para o mesmo caminho que fazia os grandes tremerem em Araraquara nas décadas de 60, 70 e 80. A locomotiva parece caminhar de volta aos trilhos. "

Luxemburgo no divã

Há duas semanas o Palmeiras venceu o Vitória no Palestra Itália, jogando mal, muito mal. E olha que a equipe baiana teve um gol legítimo anulado. Ao fim do jogo Vanderlei Luxemburgo disse que o que valia era a vitória, não importava de que maneira. Engraçado. Logo ele, que sempre primou por times ofensivos, que jogam bonito. Logo ele, conhecido como o “estrategista”, disse que vale ganhar de qualquer jeito.

Luxemburgo não é mais o mesmo. Já foi o grande vencedor e, talvez, em algum momento, tenha sido mesmo o melhor técnico do Brasil. As constantes brigas e aparições desnecessárias fora de campo o prejudicam e, provavelmente, ele sabe disso.

Mas não acho que isso atrapalhe, afinal, ele, Luxemburgo, sempre se comportou dessa maneira. Penso que está mal taticamente mesmo. Vem escalando mal. Ou, no mínimo “contratou” mal no início do ano.

Só pra contrariar esta tese, domingo último agora, Luxemburgo e seu Palmeiras venceram, e bem, o Cruzeiro. No início do jogo perguntei ao técnico se ele esperava que o time fosse voltar a jogar bem: a resposta foi que sim, que todo mundo quer jogar bem ...enfim, uma resposta retórica.

Ao longo dos anos o discurso nas entrevistas de Vanderlei Luxemburgo ganhou mais importância que suas armações táticas. O técnico deu lugar à “instituição”. Pena.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Da simplicidade


- Tá de volta, meu filho? - foi o que me disse Mano Menzes, técnico do Corinthians, ontem em Itú, no Spa Sport, refúgio corintiano, pouco antes da entrevista coletiva. Expliquei pra ele que sim, havia saída da Band no final do ano passado e fui chamado novamente para um "free-lancer" de um mês, durante a Copa das Confederações.

- Estava onde nesse tempo? emendou o Mano. E eu - além das aulas, desempregrado....

-E a crise...é a crise....ainda brincou o comandante corintiano.

Depois, entrevista coletiva. Reposta a todas as perguntas com calma, serenidade e respeito e , porque não dizer, bom humor.

Na pauta, assuntos delicados, como a gordura de Ronaldo, o jogo com o Flamengo na Palestina no final do ano.... e o Mano ali..tirando de letra.

Penso que é essa simplicidade do treinador corintiano que o faz vencedor. Na semana passada, o site da rede americana CNN o considerou o quarto melhor do mundo. Mano relativizou, dizendo que melhor era a campanha do Corinthians, o time etc e tal. Pode até ser.

Mas que a imagem de "bom moço" não apague as qualidades técnicas e táticas de Mano. Ontem, ao chegarmos em Itú - eu e a equipe de reportagem - Mano Menezes estava realizando um "treinamento alemão", com 3 times dividindo apenas metade do campo. O time que perdia a posse de bola saía para quem estava de fora (mais detalhes com o Mano).

Dificilmente o Corinthians não vai continuar somando triunfos se manter Mano Menezes na comissão técnica. Não é fácil administrar Ronaldo, imprensa, diretoria, torcida e ainda ter que treinar (e bem) o time.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

DO MUNDO VIRTUAL AO ESPIRITUAL

Quero compartilhar com vocês este lindo e reflexivo texto do Frei Betto


Ao viajar pelo Oriente, mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos e em paz nos seus mantos cor de açafrão. Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente. Aquilo me fez refletir: 'Qual dos dois modelos produz felicidade?'

Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: 'Não foi à aula?' Ela respondeu: 'Não, tenho aula à tarde'. Comemorei: 'Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir até mais tarde'. 'Não', retrucou ela, 'tenho tanta coisa de manhã... '. 'Que tanta coisa?', perguntei. 'Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina', e começou a elencar seu programa de garota robotizada. Fiquei pensando: 'Que pena - a Daniela não disse: 'Tenho aula de meditação!'
Estamos construindo super-homens e super-mulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente infantilizados.

Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: 'Como estava o defunto?'. 'Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!' Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?
Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizi­nho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual. Somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. E somos também eticamente virtuais...

A palavra hoje é 'entretenimento'; domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela. Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: 'Se tomar este refrigerante, vestir este tênis, ­ usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!' O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba­ precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.

O grande desafio é começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental três requisitos são indispensáveis: amizades, auto-estima, ausência de estresse.
Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping center. É curioso: a maioria dos shoppings centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingo. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...

Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus; se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório; mas se não pode comprar certamente vai se sentir no inferno... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do McDonald...

Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: 'Estou apenas fazendo um passeio socrático'. Diante de seus olhares espantados, explico: 'Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia: "Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz!".

O blog, a bola e o gol - a volta

“A bola sabe quando vai ser gol e se ajeita para o gol”. Este é apenas um, entre os muito enunciados, do intrigante Nélson Rodrigues. É o que ocorre no cotidiano absurdo de cada um de nós. Acordamos, tomamos café, trabalhamos, rezamos, transamos e até dormimos um pouco. Às vezes lemos.
Mas a vida sabe a peça que vai nos pregar. E vai se formatando, aos poucos, para nos brindar com algo novo: um trabalho, uma conquista, uma perda, um tesão qualquer...
Gêmeos siameses de uma mesma mãe: o gol e a vida, a palavra e o esporte, o futebol e o verbo.
A partir de domingo, retorno ao trabalho de repórter na tv bandeirantes.