terça-feira, 18 de agosto de 2009

Detalhes


É, talvez, a canção mais conhecida de Roberto Carlos, feita junto com seu eterno parceiro Erasmo Carlos. Foi anunciado que o Rei vem fazer um show em Araraquara, em novembro. O local é a Arena da Fonte Luminosa. Com capacidade para 25 mil pessoas, totalmente coberta e seguindo absolutamente todos os padrões Fifa, a Arena é uma obra sem precedentes para a cidade. Nada mais justo, portanto, um show de Roberto Carlos em palco tão esplêndido.

Um detalhe, no entanto, vem chamando a atenção da comunidade araraquarense. A notícia de que o jogo de inauguração da Arena seria realizado pela Sociedade Esportiva Palmeiras, numa de suas partidas válidas pelo campeonato brasileiro, em setembro.

Ainda segundo a informação, a preliminar seria disputada pela equipe de Futebol Feminino de Araraquara, numa justa homenagem ao time que, mesmo sem muitos recursos, já é bicampeão paulista. Ontem, durante uma coletiva de imprensa realizada na Arena, o prefeito confirmou que pretende mesmo trazer o time do Palestra Itália para inaugurar a nova Arena, num jogo que seria transmitido pela tv.

Mas, como diz a canção do Roberto: “não adianta nem tentar, me esquecer”. É a voz da história clamando pelos 59 anos de glórias, alegrias, tristezas e paixões de toda sorte geradas pela Ferroviária.

Não cabe aqui, neste artigo, enumerar os grandes feitos do nosso time. Também seria desproposital, neste momento, relembrar os últimos desmandos administrativos e a situação vexatória em que nos encontramos atualmente. Existe gente muito mais habilitada que eu para fazer isso. E você, leitor, encontra essas pessoas na esquina de sua casa, na banca de jornal ou no cafezinho da padaria. Porque a Ferroviária, assim como a Arena, é de domínio público.

Também não se trata de desacreditar o futebol feminino. É óbvio que as meninas merecem todo nosso apoio e reconhecimento. Penso que está havendo um erro de foco na discussão. Senão, vejamos.

Na data de inauguração da Fonte Luminosa (Estádio Adhemar de Barros), em 10 de junho de 1951, a Ferroviária recebeu o Vasco da Gama, do Rio de Janeiro, time que era base da Seleção Brasileira de Futebol, que havia acabado de conquistar o vice-campeonato Mundial no Maracanã.

Qual, então, seria a solução mais lógica para a inauguração da Arena?

Remontar historicamente a festa e trazer o Vasco da Gama para enfrentar a Ferroviária. Detalhe: o técnico do Vasco é o araraquarense e ex-jogador afenano, Dorival Junior. Tenho a informação, segura, de que os cariocas, viriam jogar sem problemas.

O olhar míope que não enxerga a tradição da camisa e vê apenas os jogadores, diria: mas nosso time é bem pior que o deles, estamos na terceira divisão, não temos condições de jogar no estádio. Verdade, mas em 1951, na inauguração da Fonte, o resultado foi de 5 x 0 para o Vasco e isso não passou de um mero Detalhe. Mais um. O importante era a Ferroviária estar inaugurando o estádio.

Mas voltemos a considerar que o Palmeiras faça o jogo de inauguração. A partida preliminar (embora eu já tenha ouvido de muitos engenheiros que um gramado novo como aquele não deveria ter dois jogos seguidos) poderia ser entre jogadores veteranos.

Sim! Porque não utilizarmos a ocasião para pagar uma dívida histórica com nossos craques. Um jogo entre os veteranos da Ferroviária e do Vasco. O número de ex-craques grenás que passaram por aqui e nunca receberam uma homenagem justa é imenso, você sabe leitor. Escale aí, na sua cabeça, um time veterano e verá.

Justiça seja feita, o prefeito disse, ontem, que tem conversado com o araraquarense Careca (ex-Guarani, Nápoli e Seleção Brasileira) e também está estudando a possibilidade de realizar um jogo entre a Seleção Brasileira de Masters e a Ferroviária.

Bem, eu sei que esses detalhes vão sumir na longa estrada, do tempo que transforma todo amor em quase nada. Mas, ainda compartilhando com o Rei Roberto, quero dizer, em nome da Ferroviária, que “um grande amor não vai morrer assim. Por isso, de vez em quando você vai, vai lembrar de mim...

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Entrevista


Num exercício de metalinguagem, de olhar pra si mesmo, sem deixar de olhar o outro, sugiro que deêm uma olhada nesta entrevista que concedi ao colega jornalista e amigo mineiro Pedro Varoni.
O Pedro também é blogueiro e dos melhores. Escritor de mão cheia. Sugiro a leitura dos posts dele. Os textos dele falam por sí.