terça-feira, 12 de outubro de 2010

Crônica da Chegada

É tarde de segunda-feira. O céu está cinza, mas a energia que vem do mar é transformadora. Passeio pelo Leblon, Ipanema, subo a pedra do Arpoador e ando toda Copacabana. Olho pro céu e flano junto com as gaivotas em seu vôo limpo e suave. E Deus existe.

As linhas de cima tornaram-se concretude ontem. Depois da primeira semana de trabalho, tirei o dia pra me encontrar com o Rio de Janeiro.

Existe, e quem já veio ao Rio sabe disso, uma áurea especial nos cariocas. Em outra ocasião escrevi que deve ser porque a cidade maravilhosa une os dois maiores projetos do criador: o mar e a montanha. E o ser-humano acaba se amalgamando a essa natureza, meio que fazendo parte dela.

Ontem também foi aniversário do João Vítor, meu afilhado. Recordei que, certa vez, ao terminar o projeto que me daria o diploma de jornalista, grafei – em letras garrafais – nas dedicatórias: “Dedicado ao João Vítor, meu afilhado e quem o futuro pertence”. E nós chegamos no futuro, meu pequeno/grande João.

Estas memórias afetivas tem um motivo: o trabalho que me trouxe ao Rio. É o terceiro projeto do ano que engato na Tv Brasil. Toca-me, de maneira muito especial, os anseios de uma TV pública, com acesso à população e uma abordagem de conteúdo não convencional/comercial.

Por isso, o texto da vez soa mais como uma oração de agradecimento. Ao Divino, aos amigos e principalmente ao fluxo da vida que, assim como o mar, vai e vem.

Espero fazer um trabalho digno. E não decepcionar os que me acompanham.



Dedicado ao Bernardo, Théo, Enzo e Luiza, meus sobrinhos amados e quem o futuro pertence