quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Larguei meu 38trêsoitão!

E foi-se o Santiago, repórter cinematográfico que fez uma nação gritar em torno de sua morte bestial, horrorosa e desprezível.
Tão desprezível quanto o silêncio geral sobre a omissão da Band em torno do fato. Porque a emissora não disponibilizou máscara de gás, colete, um assistente de câmera e outros requisitos básicos de segurança para o profissional?
O mesmo grupo de comunicação, há alguns meses, encheu seus intervalos comerciais com um texto editorial apoiando os 12 corintianos presos injustamente (?) na Bolívia acusados da morte do garoto Kevin Spada. Os 12 foram soltos, o garoto morreu e os pais choraram no meu ombro. Literalmente. Estive lá, entrevistei a família e chorei junto. Os criminosos da torcida organizada já brigaram outras vezes, invadiram o CT do Corinthians, ameaçaram outras pessoas de morte e nada. Nada aconteceu.
Nada aconteceu também com o filho do empresário Eike Batista, que, em alta velocidade atropelou e matou um homem no Rio de Janeiro em 2012. Não ficou preso um dia sequer. Foi condenado e sua pena- 2 anos de prisão – foi convertida em serviços comunitários. Devo dizer que o filho do empresário também pagou uma multa de 1 milhão de reais. E todas. Todas as grandes emissoras de televisão calaram sobre o assunto.
Esta semana o jogador de futebol do Cruzeiro, Tinga, foi vítima de racismo num jogo do clube mineiro no Perú. A gritaria, novamente, foi geral. Mas será que o grito pelo racismo do dia a dia aqui no Brasil é o mesmo?
Lembro-me bem da tragédia do Morro do Bumba, Niterói, em 2010. Morreram 267 pessoas na favela de ocupação desordenada construída sobre um lixão, sendo apenas 48 os corpos encontrados. Eu falo “pessoas”, mas para a grande mídia são gente de raça negra ou miscigenada, nordestinos e imigrados de zonas de extrema pobreza. A quem interessa?
Vou deixar a história mais clara.
Em janeiro de 2012, na Boite Kiss em Santa Maria 233 jovens morreram em incêndio. Eram de classe média ou alta, numa região de predominância branca, de etnia italiana ou alemã. Nesta segunda tragédia, as reportagens pediram insistentemente a apuração imediata de responsabilidades. Que tratamento a mídia e as autoridades dão aos relatos de eventos escandalosos e brutais que atingem cidadãos, independente de serem ricos ou pobres ou da sua etnia?
Seria bom se a coisa ficasse no campo da mídia, de onde falo com um pouco mais de propriedade porque nela milito. Mas, ultimamente tenho, por circunstâncias da vida, observado outros saberes. 
Alguém sabe informar porque a setor oncológico no Brasil não abre suas portas para hospitais e terapias complementares importantes e reconhecidos internacionalmente. Dou como exemplo o “Gerson Hospital” do México e sua terapia de Gerson, salvando vidas do câncer desde a década de 50. Ou ainda o Método Kovacisik, oferecido de graça em alguns pontos do Brasil e do Mundo. E o que dizer da descrença dos médicos tradicionais e da indústria farmacêutica sobre os fitoterápicos da nossa riquíssima flora? Vale questionar também o desestímulo que se tem pelas terapias holísticas, muitas vezes oferecidas em agrupamentos religiosos e mesmo em fundos de quintais. Quando se fala em cura quântica, então, logo chamam aqueles que se propõe a quebrar paradigmas de místicos, charlatões e outros rótulos afim de descaracterizar uma solução mais humana e menos onerosa.
Sim. É o dinheiro, meu caro. Quantas vidas a quimioterapia salvou e quantas abreviou? Temos isso quantificado? Qual o tamanho dessa engrenagem? O preço da vida anda caro. 
Na psiquiatria, a mesma indústria farmacêutica cria antidepressivos quase que mensalmente para as mais diferentes doenças. Fico a me perguntar se não criam também doenças. Mas basta conversar com um médico não alopático para perceber que, muitas vezes, os efeitos colaterais são mais evidentes que os efeitos positivos da droga.
Falei um pouco do lado B de duas grandes indústrias – comunicação e farmacêutica. Há muito mais por aí. E todos vemos. Mas nos acostumamos/anestesiamos de tal forma com tudo isso que ninguém mais quer erguer bandeira ou levantar a voz. A mesmice impera. 
Sei que alguns dirão pra eu me desarmar, pegar leve. Mas é que hoje, amigo....eu tô desarmado, larguei o 38tresoitao. É meu aniversário de 39 anos e eu precisava falar