terça-feira, 9 de abril de 2013

Sobre a morte de Kevin ou Diários de Motocicleta Moderno

A Bolívia é um país pobre. Aqui as pessoas são gentis. Alguns, mais ao Norte, tem características de seus antepassados, os índios, cicatrizadas em seus rostos. As cordilheiras são imensas. É de lá e também dos animais, de sua pele, que esta gente tira seu sustento. Percebo um imenso respeito deles pela montanha. Lembra-me Minas. É do morro que tiram seu sustento. 
Carregam a marca da dor no rosto, mas abrem um sorriso generoso na presença de nós outros, brasileiros.
Quando vinha vindo, no avião, uma senhora boliviana me disse " habla por favor siempre". E foi assim, com gentileza, calma e muito dor no coração que conversei com os pais, amigos e com toda sorte de gente que presenciou a morte daquele menino, o Kevin. Muita gente me perguntando o que acho da história. Toda vez que lembro do pai e da mãe começo a chorar. Penso que todos meus colegas, jornalistas, que falaram com os pais, devem sentir o mesmo.
Acho que devemos o mínimo de gentileza, conforto e justiça a estes afetivos e respeitosos bolivianos.