sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Só podia ser você


Meu último post aqui criticava o fato de ninguém , principalmente de Araraquara, ter escrito antes da morte de Hebert Richers.
Cometi um erro.

O Ignácio de Loyola havia escrito. E alertou-me sobre isso.
Portanto, reproduzo aqui embaixo seu texto, publicado no jornal Tribuna Impressa, em 25 de novembro de 2006


Araraquarenses, preparem-se para mais esta

Por Ignácio de Loyola Brandão

Escrevo de Natal, Rio Grande do Norte, onde encerro amanhã um encontro de escritores. De repente, lembrei-me. E a crônica da Tribuna? Corri. Porque tenho uma revelação a fazer. Quem não ouviu a frase: Versão Brasileira Herbert Richers? Quem não sabe que se trata do maior estúdio de dublagens do Brasil? Quem não sabe que Herbert Richers foi um pioneiro no seu campo? Quem não se lembra como, no início, as dublagens eram criticadas, ninguém queria ouvir atores estrangeiros falando português? Marlon Brando falando “brasileiro”? Brad Pitt, Angelina Jolie? Coisa mais cafona! Era o preconceito que Richers enfrentou durante décadas, mudando o panorama. Graças às dublagens, a população analfabeta do Brasil conseguiu ver e entender filmes, sem precisar de legendas. Ele é um vencedor e um pioneiro. Mais do que isso, Richers produziu 60 filmes, sendo um deles um clássico, o antológico e maravilhoso “Vidas Secas”, de Nelson Pereira dos Santos, obra-prima baseada no romance de Graciliano Ramos. Cito também “O Assalto ao Trem Pagador”. Pois na semana passada tive uma surpresa das maiores e os araraquarenses vão gostar da revelação. Não sei se em primeira mão. Ao que eu saiba, nunca foi divulgada esta informação. Pois fui ao Rio de Janeiro fazer uma entrevista para a revista Vogue com Cookier Richers, mulher de Herbert. Moram no Leblon em um apartamento com vista deliciosa. Conversa vai, conversa vem, o assunto recaiu em origens das pessoas. De onde você é? Cookie me perguntou. E quando respondi Araraquara, ela sorriu e quase gritou: “Não acredito”. Perguntou de novo: “Jura?”. Jurei. E ela: “Precisamos ligar para o Herbert”. O mito do cinema nacional está hoje com 83 anos e em plena atividade com seus estúdios e sua empresa de home theatre, da qual foi também um pioneiro. Ligamos. E Herbert do outro lado da linha.- Também você é araraquarense?- Sou. Mas por que a surpresa?- Eu sou de Araraquara.- Não acredito. Você não é descendente de alemães que fundaram Blumenau?- Sou, mas nasci em Araraquara.- Onde?- Na fazenda Baguaçu. Há pouco estive lá, é bonita, um belo lugar, uma bela cidade.Quem sabia? Êta, Araraquara, eu quase disse naquela tarde. Quem diria. Herbert Richers, esta lenda. Araraquarense

2 comentários:

Anônimo disse...

Rodligo... esse texto do Ignácio foi depois da matéria do Cartaz... uns 3 meses depois...

ablaço
Zakaib

rodrigo viana disse...

Gú (Zakaib), tanto sei que você foi o precursor que citei no primeiro texto.

Você agora é o novo Hebert Richers